quinta-feira, 30 de junho de 2011

09/05/2010 - DE BRUXAS E BRUXINHAS

05/09/2010 de bruxas e bruxinhas Quando você é mãe, é engraçado como a percepção de que a criança está crescendo, às vezes, vem com um susto. Eu vivo me surpreendendo com a Bia. Cada resposta, cada tirada, cada frase que não fui eu quem lhe ensinou me causam um sobressalto. Sou o tipo de mãe que gosta de brincar. E também de testar a paciência da criança. Pode parecer uma tortura para quem está de fora, ou um grande defeito meu, mas percebo que a Bia também aprende com isso. E, principalmente, se diverte no final das contas. — Bia, eu sou uma bruxa, você sabe! — esta já foi uma de minhas provocações preferidas à minha menina. Sem dó nem piedade, comecei a disparar a afirmação assim que ela entendeu o que era uma bruxa. Viva os contos de fada! Até ela ter seus 5 ou 6 anos, chorava de verdade, gritava. E o escândalo era para me defender. — Não é não, mãe, não é! — Mas, Bia, eu sou sim. Até nome de bruxa eu tenho, sabia? Viviane, nome de bruxa, bruxa! E você é uma bruxinha! Filha de bruxa, bruxinha! — Para, mãe, não sou, você não é bruxa! — e partia para o ataque, vinha me empurrar. E eu, má como só uma bruxa, ria e ria e ria. Ela já passava dos 7 quando, numa tarde, estávamos lendo um livro na cama do meu quarto. A história era sobre uma festa em que só podiam entrar bichos, fadas e.... bruxas. — Oba, eu posso ir. Afinal, sou uma bruxa, você sabe! — provoquei, só para recomeçar a ladainha. — Não é! — Sou! — Não é! — Sou! E então, para meu deleite, ela percebeu que podia mudar o jogo. E fez o desafio: — Se é, faz então desaparecer a...—- procurando algo pelo quarto — esta televisão! Me surpreendi, já orgulhosa. “Uau, ela está crescendo”, pensei. Mas não perdi rebolado: — Fácil, fácil! — respondi. Com movimentos de mão teatrais, palavras “mágicas” inventadas na hora, olhar fixo na TV e, tcharam!!!! — Viu? A televisão sumiu! — fantasiei. — Ah, mãe, sumiu nada. Olha a televisão aí — apontou, rindo e me desdenhando. — Só você que está vendo a TV aí, Bia. Pra mim, ela sumiu! — Ahhh, tááá!! Então, eu sou uma bruxinha mesmo. Porque sou a única que tô vendo ali a televisão que você acabou de fazer desaparecer! É, eles crescem mesmo. Pode parecer uma pena. Mas, de verdade, é bom. É tudo de bom.

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