segunda-feira, 3 de outubro de 2011

22/08/2010 - o experimento

o experimento “Uma mulher que só amou uma vez na vida!”


Era assim que Sueli se autodefinia. Ela era apaixonada por Edmar. Desde a primeira que o viu, há mais de 15 anos, sabia que ele era “o cara”. Mas não era um romance fácil. Como num enredo de novela, era um relacionamento repleto de desencontros. Brigas, rompimentos que duravam meses e reconciliações emocionadas eram rotina. Beirando os 30, Sueli estava cansada de tantas idas e vindas.





Desde o último rompimento com Edmar já haviam se passado seis meses. Desta vez, ela não pretendia ceder ao retorno. Sabia que ele sempre se virava com outras. Aliás, normalmente, era esse o motivo das brigas dos dois: o seu eterno amor estava sempre envolvido com mais alguém. Então, Sueli decidiu: também queria mais. E saiu à caça com um discurso na ponta da língua:





– Quero fazer como os homens. Sempre achei que só conseguiria transar com alguém por amor. Aliás, dizem isso das mulheres, que nós só nos relacionamos quando estamos apaixonadas. Mas chega! Quero transar sem compromisso, sem me envolver. Chega de paixão! Viva a Samantha!!





Samantha é a personagem do seriado “Sex and the City” que evita se envolver com quem transa.





A busca de Sueli durou pouco. No happy hour de uma quinta-feira ela conheceu Bob, um homem bonito e boa pinta. A atração foi recíproca. Três chopps e meia hora de conversa depois, os dois já estavam se pegando. Pareciam adolescentes.





Naquela noite, Sueli ainda se fez de difícil. Na verdade, precisava depilar. Mas, no sábado, estava pronta para completar o que chamou de “o experimento”: transar só pela atração física.





O encontro foi no meio da tarde, em um café na Paulista. De lá, foram para o apartamento de Bob, na Vila Mariana. Estava tão excitada que nem precisou de preliminares. Quando saiu de lá, quase meia-noite, estava nas nuvens.





– Satisfeita, eu diria. Mas o melhor foi o dia seguinte. Nada de suspiros, nem um pouco de saudades. O experimento foi perfeito. Não tem aqui nenhum resquício de afeto! – falava em tom de vitória, colocando a mão no coração.





Nem uma semana depois, a velha paixão volta a procurá-la. Edmar estava com saudades. Ele também estranhou o fato de Sueli, naqueles seis meses, não ter feito nenhum movimento para encontrá-lo. Só de ouvir a voz do ex, Sueli estremeceu. “É meu amor”, pensou. Marcaram um jantar, ele foi pegá-la em casa e levou flores. Na volta, ele entrou para mais uma taça de vinho e para todo o resto que eles desejavam. De novo, Sueli foi às nuvens.





– E a qual conclusão você chegou depois do seu experimento? Qual sexo foi melhor?





– Os dois foram ótimos. Mas, o que eu conclui é que, com amor, além de satisfeita, no final, a gente fica mesmo é muito, mas muito mais feliz!

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