segunda-feira, 3 de outubro de 2011

05/9/2010 - amante Paraguaio

amante paraguaio O romance parecia que ia engatar. Lina conheceu Gustavo em uma festa. Os olhares se cruzaram no meio da pista e quando os dois se aproximaram para conversar, as amigas (sempre as amigas) decretaram que iam embora. Lina não se intimidou. Entregou a ele um cartão e recebeu no rosto um beijinho. Na mesma noite, o moço ligou:




– Olá! Como está? Sou Gustavo. Você me entregou seu cartão agora, na festa...





Lina logo percebeu o sotaque e imaginou que ele era argentino. Marcaram de sair na sábado, um jantar perto da casa dela. No restaurante, Gustavo contou sua história. Era paraguaio, estava no Brasil a trabalho, gostava de comida italiana e de boa música. Tudo entre os dois convergia. Lina ficou encantada. Só ficou com medo de uma coisa: confessar que era fumante. “Vai que o bofe não gosta. Ele parece tão certinho”, pensou.





Na segunda, ele ligou de novo, tinha ingressos para um show de jazz naquela noite. Lina topou. Depois da apresentação, ela o convidou para um café no seu apartamento...





– Foi tudo de bom! Perfeito. Só fiquei preocupada porque, depois do sexo, não aguentei e fumei um cigarro. Mas, no dia seguinte, cadê o paraguaio? Lina mandou mensagem, e nada. Ligou no celular e o aparelho estava desligado.





Frustrada, ela parou de insistir. Mas ficou com a consciência pesada. “Foi aquele cigarro. Quando ele me viu acendendo, fez uma cara de horror”.





Mas ainda bem que a vida passa. Dois anos depois, estava Lina com uma amiga em um outro show de jazz. De repente, a amiga diz:





– Olha lá o meu amigo chileno!





Quando Lina se volta, quem é o chileno? Gustavo, o paraguaio que sumiu do mapa.





O rapaz ficou bem desconcertado.





– Olá, com está? – perguntou, com o seu velho e bom portunhol.





Ela decidiu esnobar.





– Oi, há quanto tempo... Mas, como é mesmo o seu nome? Desculpe, eu esqueci.





Enquanto o rapaz voltava ao bar para pegar uma bebida, Lina se apressou paraa contar a amiga.





– Eu sai com este cara e ele sumiu. Disse pra mim que era paraguaio e não chileno.





– Eu também sai com ele e o cara também sumiu. Mas hoje ligou e disse que tinha ido ver os pais no Chile. A mãe está doente. Me disse que só estudava aqui no Brasil.





O cara um mentiroso profissional. Lina ficou com tanta raiva que precisou fumar um cigarro. Saiu para o fumódromo e lá estava ele.





– Mas, você fuma?





– É, só unzinho de vez em quando!

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