amante paraguaio O romance parecia que ia engatar. Lina conheceu Gustavo em uma festa. Os olhares se cruzaram no meio da pista e quando os dois se aproximaram para conversar, as amigas (sempre as amigas) decretaram que iam embora. Lina não se intimidou. Entregou a ele um cartão e recebeu no rosto um beijinho. Na mesma noite, o moço ligou:
– Olá! Como está? Sou Gustavo. Você me entregou seu cartão agora, na festa...
Lina logo percebeu o sotaque e imaginou que ele era argentino. Marcaram de sair na sábado, um jantar perto da casa dela. No restaurante, Gustavo contou sua história. Era paraguaio, estava no Brasil a trabalho, gostava de comida italiana e de boa música. Tudo entre os dois convergia. Lina ficou encantada. Só ficou com medo de uma coisa: confessar que era fumante. “Vai que o bofe não gosta. Ele parece tão certinho”, pensou.
Na segunda, ele ligou de novo, tinha ingressos para um show de jazz naquela noite. Lina topou. Depois da apresentação, ela o convidou para um café no seu apartamento...
– Foi tudo de bom! Perfeito. Só fiquei preocupada porque, depois do sexo, não aguentei e fumei um cigarro. Mas, no dia seguinte, cadê o paraguaio? Lina mandou mensagem, e nada. Ligou no celular e o aparelho estava desligado.
Frustrada, ela parou de insistir. Mas ficou com a consciência pesada. “Foi aquele cigarro. Quando ele me viu acendendo, fez uma cara de horror”.
Mas ainda bem que a vida passa. Dois anos depois, estava Lina com uma amiga em um outro show de jazz. De repente, a amiga diz:
– Olha lá o meu amigo chileno!
Quando Lina se volta, quem é o chileno? Gustavo, o paraguaio que sumiu do mapa.
O rapaz ficou bem desconcertado.
– Olá, com está? – perguntou, com o seu velho e bom portunhol.
Ela decidiu esnobar.
– Oi, há quanto tempo... Mas, como é mesmo o seu nome? Desculpe, eu esqueci.
Enquanto o rapaz voltava ao bar para pegar uma bebida, Lina se apressou paraa contar a amiga.
– Eu sai com este cara e ele sumiu. Disse pra mim que era paraguaio e não chileno.
– Eu também sai com ele e o cara também sumiu. Mas hoje ligou e disse que tinha ido ver os pais no Chile. A mãe está doente. Me disse que só estudava aqui no Brasil.
O cara um mentiroso profissional. Lina ficou com tanta raiva que precisou fumar um cigarro. Saiu para o fumódromo e lá estava ele.
– Mas, você fuma?
– É, só unzinho de vez em quando!
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário