domingo, 10 de abril de 2011

11/04/2010 - O NAMORADO IDEAL

— Agora estou feliz. Após 11 anos de separação,


tenho, enfim, um novo relacionamento. E estável.

Mas, quer saber do melhor? Não tenho nenhum

compromisso — foi assim que Roselyme

contou sobre seu novo namorado.

Ela dizia que era isso que vinha buscando desde

queMateus a largou. Na época, foi umduro baque.

Os dois estavam juntos há uns 15 anos. Tinham

uma história de amor até que comum: se

conheceram quando eram crianças, começaram a

namorar no ginásio e, assim que terminaram o colégio,

ela engravidou. Então, viram-se obrigados a

casar. Um ano depois, ela mal havia perdido os

quilos da primeira gestação, veio a segunda.

Quando a filha mais velha tinha 10 anos, as brigas

eram diárias e Mateus resolveu ir embora.

Rosely sentiu-se injustiçada. Aos 28, ela parecia

uma mulher às vésperas de completar 50. Maltratada,

gorda, sem emprego e com os dois filhos

sempre a tiracolo, ela se comparava a lixo, sozinha

e abandonada. Demorou muito para superar. Foram

anos de terapia. Mas começou a trabalhar por

conta, vender roupas, depois joias, produtos de

beleza, seguro de vida, enfim, se virou. Conseguiu

um emprego de gerente de restaurante, foi estudar

culinária, aprendeu sobre gestão de empresas.

Também emagreceu e voltou a se cuidar. Agora,

parecia ter a idade que realmente tinha. Estava

prestes a completar 40.

Já Mateus logo se casou de novo. Aliás, quando

se separou, ele já tinha uma “namorada” — um

caso com uma das estagiárias de sua firma. Moça

bem mais nova, cursava faculdade, era inteligente

e muito, muito bonita. Ele montou um bom apartamento

para os dois e recomeçou a vida. Parecia

feliz. Quando o primeiro filho deles nasceu, cha-

•E você, tem uma boa história para contar? Ela pode inspirar a

próxima coluna. Mande seu e-mail: vcolin@diariosp.com.br

mou os seus filhos do casamento com Rosely para

serem padrinhos.Naquela altura, o traumada separação

já havia sido superado por Rosely e os dois

estavam bem amigos. Ele, dia sim dia não, ia à casa

da ex-mulher. Ela e a filha, que já era uma moça,

decidiram montar um negócio próprio, um café

no Centro da cidade.Mateus, que era contador,

decidiu ajudar com a papelada.

Foi numa noite dessas de trabalho, entre formulários,

fichas e cálculos, que os olhares de Mateus

e Rosely cruzaram-se de novo. Os filhos tinhamsaído,

um “não sei quê” aconteceu e os dois

terminaram na cama. Foi a melhor transa dos

dois, nos últimos anos. E ele virou freguês. Voltaram

a se falar todo dia e a se ver sempre. E com a ex,

a mulher oficial nem desconfiava de traição.

— Virei amante do meu ex-marido. E é por isso

que é bom. A parte chata fica com ela. Quando ele

quer transar, é pra minha casa que ele vem. E

quando quer brigar, é com ela que ele fica.

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