quarta-feira, 14 de outubro de 2015

Prioridade masculina

Os homens só se preocupam mesmo com o trepar!
"Oh, amor, você tem que fazer algum resguardo?", perguntou Aristides pra ela, dois dias antes da cirurgia.
Ela tinha chegado tarde do trabalho, estava cansada, com fome e pedindo um banho.
Ele fez de conta que não percebeu, foi tomar banho na frente, se barbeou e saiu todo cheiroso.
Mas não fez menção de tocá-la. A conhecia bem e sabia que podia ser um erro fatal.
Sara sacou o jogo e se animou. Correu pro banheiro, tomou uma ducha morna e prolongada, colocou a camisola transparente e se meteu embaixo das cobertas.
Encostaram coxa com coxa enquanto na TV passava um especial sobre as perversões do Império Romano.
Foi aí que Aristides fez a observação: "Pensei que você estivesse de resguardo hoje."
"Não", ela disse. "O médico não recomendou nada sobre isso..." E deixou a mão dele subir e descer sobre suas coxas, e depois sobre sua barriga e todo o resto mais...
Terminou antes do especial, mas foi delicioso. Tecnicamente perfeito.
Exaustos, eles nem tentaram conversar (já não faziam isso há tempos), viraram cada um pra um lado e dormiram.
No dia seguinte, Sara saiu para trabalhar e ele, de folga, ficou em casa. Como sempre, ela voltou tarde, cansada, com fome e precisando de um banho. Mas faria a operação no dia seguinte cedinho e, tudo o que mais desejava era uma recepção carinhosa. Ela estava nervosa.
De cara estranhou as luzes da casa apagadas. O carro estava na garagem, mas Aristides não veio abrir a porta. Ela entrou e, no quarto, dormindo, lá estava ele.
Quando acendeu a luz, ele entreabriu os olhos e murmurou: "Deixei janta pra você."
"Que sorte!", ela pensou. "Mas não posso comer, estou de resguardo por causa da cirurgia...", ela respondeu, numa tentativa desesperada de sensibilizá-lo.
"Então, guarda na geladeira". E virou pro outro lado e continuou a roncar.

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